Qual o alcance da nossa voz? Incansavelmente, nós falamos entre nós mesmos, mas saem apenas ruídos, parecem sussurros. Não importa o quanto aspiremos chegar lá, é outro dialeto, nossas linguagens não alcançam. O Museu deu seus gritos ensurdecedores de lamentações, mas quem foi capaz de compreendê-los? Chegamos a esse nível de obscuridade ardente pra perceber que é preciso mudar o tom, pois a ciência de hoje agoniza e precisa ser ouvida, dentro e fora do seu próprio meio. Percebemos que o seu valor só é real se partilhado, mas como fazê-lo? 

Quando pensamos, enfim, no papel de disseminar conhecimento, geralmente nos ocorre que ciências biológicas são tão amplas, que chegam a ser um limbo obscuro e indefinido, onde escolhemos recortes para visualizar e destacar, e tornamos invisíveis milhares de possibilidades. Uma das razões de isso acontecer, talvez, seja a grande área dessa ciência: como estudar todos os seres vivos, quando nem conseguimos identificar quais seres vivos? 

Esse conhecimento se torna ainda mais escasso para a população fora da academia. Termos científicos, teorias, materiais e métodos... Sem a popularização, não passam de informações amorfas.

E aí, então, onde foi parar todos os crentes do amor à profissão? Vivendo à mercê de uma forma fácil de mobilizar o meio o qual se encontra? Silenciando milhares de espécies e negando ainda mais conhecimento a população?

Por muito tempo, a linguagem da ciência se mantém academicista. Quantos do público leigo entendem a sua fala, a sua pesquisa, o seu trabalho? Pela falta de zelo de nós, cientistas, o povo não consegue entender o quão importante e magnífica é a ciência, o que coloca em risco o rumo da nossa história e do nosso desenvolvimento. Façamos então uma tentativa: vamos escrever histórias para serem contadas e recontadas, que elas ecoem e reverberem através de outras vozes e que contemple toda pessoa que ouvir. Precisamos, antes que seja tarde, adaptar nosso discurso, para que todos possam ouvir e entender os ecos da ciência e conhecer o que é tornado invisível.

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A XIII Semana de Biologia da UNIRIO alegremente convida a todos durante os dias 1 a 5 de abril de 2019 para participar de nosso evento. Contamos com sua participação.

 

Até lá!

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